O conhecido escultor português Zulmiro de Carvalho, cuja escultura emprestou imagem ao cartaz do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea da Guarda (SIAC), juntou-se ontem, 14 de junho, às 18h00, ao escultor José Luís Coomonte no ato de encerramento do SIAC na Galeria de Arte do Teatro Municipal da Guarda.
Durante duas semanas, a arte tomou conta da cidade e dos espaços públicos, com cerca de 66 atividades realizadas, mais de três mil visitas às exposições, com um aumento de 200% de entradas no Museu (uma média de 97 pessoas por dia em sete dias), 187 formandos em workshops, na sua maioria jovens estudantes, e uma produção de obras de arte para o acervo cultural da cidade que deixa marcas de uma iniciativa que galgou fronteiras e aproximou artistas e públicos.
O SIAC, com mais de uma centena de artistas representados de dez países e cinco continentes, colocou a Guarda e o seu museu no mapa da geografia cultural ibérica, assumindo-se como uma plataforma de acolhimento e promoção da criatividade artística e urbana associando a arte ao desenvolvimento.
«A utopia aconteceu, o registo inovador do conceito, a mistura de linguagens, o encontro de pessoas que de outro modo não viriam à Guarda, fizeram deste simpósio um processo de democratização cultural de novas linguagens indispensáveis para a afirmação da cidade e para a formação cultural dos seus cidadãos», referiu o vereador da Cultura da Câmara da Guarda.
«O envolvimento dos artistas residentes (integrados e participantes), a agitação interdisciplinar de marcas culturais da universalidade artística, contribuiu para promover a sensibilidade e formação de públicos, valorizar o património da cidade e fortalecer a notoriedade e a imagem da Guarda. Com esta iniciativa, elogiada por todos os artistas internacionais e nacionais, e por diversas instituições associadas, o Município da Guarda marca uma nova vitalidade no processo de gestão cultural da cidade, assumindo a cultura como um investimento capital de apoio à economia local e ao poder de atratividade», reforçou ainda o autarca.<br/><br/>Já Coomonte, o escultor de Zamora (Espanha) homenageado através da principal exposição do Simpósio, disse que a Guarda criou uma ponte cultural não só ibérica mas europeia. O artista plástico, que fez 84 anos há poucos dias, mostrou-se emocionado e prometeu «aprender português» e voltar muitas vezes à cidade mais alta, onde, diz, «se sente aconchegado pelo Anjo da Guarda».